Casos da Síndrome de Haff, conhecida como doença da urina preta, associada ao consumo de peixe, são investigados em ao menos quatro estados brasileiros. A maioria está concentrada no Amazonas, onde já foram notificadas 61 suspeitas em 10 cidades, mas há registros também na Bahia, no Ceará e no Pará.
No Pará, o caso mais recente envolve um casal que consumiu pescada amarela e apenas a mulher desenvolveu sintomas.
De acordo com o Ministério da Saúde, a Doença de Haff é causada por uma toxina que pode ser encontrada em peixes como o tambaqui, o badejo, a arabaiana ou em crustáceos, como a lagosta, o lagostim e o camarão. Como ela é pouco estudada, acredita-se que esses animais possam ter se alimentado de algas com certos tipos de toxinas que, consumidas pelo ser humano, provocam os sintomas. Contudo, a toxina, sem cheiro e sem sabor, surge quando o peixe não é guardado e acondicionado de maneira adequada.
CRISE EM SANTARÉM
Devido a confirmação recente de alguns casos na cidade de Santarém, Oeste do Pará, a população parou de consumir o peixe. Durante a semana que passou, os pescadores e vendedores de peixe que atuam nos mercados, sentiram uma queda acentuada nas vendas do pescado. Muitos estão preocupados pois a população está com receio de consumir o peixe. Em alguns mercados as vendas chegaram a cair 70%, nos últimos dias.
Os vereadores de Santarém, através do presidente da Câmara, Ronan Liberal Júnior (MDB), pretendem nesta segunda-feira (13), realizar uma reunião emergencial com o objetivo de buscar uma solução para a crise econômica que se instalou na atividade pesqueira do município.
TRATAMENTO E PREVENÇÃO
O Ministério da Saúde aponta que a hidratação é "fundamental nas horas seguintes ao aparecimento dos sintomas, uma vez que assim é possível diminuir a concentração da toxina no sangue, o que favorece sua eliminação através da urina". Em casos mais graves, pode ser preciso fazer hemodiálise.
Na maioria das vezes, o quadro costuma evoluir bem, mas há risco de morte, especialmente em pessoas com comorbidades. O indicado é procurar ajuda logo após o aparecimento dos primeiros sintomas para que o diagnóstico seja feito o mais rápido possível.
Não há nada específico que possa ser feito para evitar a enfermidade. Não existem formas de identificar a toxina: ela não tem cheiro, gosto ou cor e não desaparece após o cozimento da carne. A indicação é reduzir o consumo de peixes ou comprá-los em locais onde se conhece o processo de transporte e guarda.
0 Comentários