Para muitas pessoas no Brasil, a compra de um carro só é possível por causa de modelos populares. São automóveis simples: com vidro manual, sem ar condicionado. geralmente com motores menos potentes, os chamados 1.0, que chegam a rodar cerca de 15 quilômetros por litro de combustível. Mas carros como esse são cada vez mais raros - o tradicional Fiat Uno, por exemplo, teve a aposentadoria decretada no ano passado.
Em 2013, os carros populares representavam 49% das vendas dos automóveis no Brasil. Em 2020, o número caiu para 12%.
O preço dos automóveis vêm subindo. Um modelo zero quilômetro, do mais básico, pode ser encontrado a partir de 47 mil reais na concessionária. Outros partem dos 60 mil e podem chegar aos 100 mil reais. A renda dos brasileiros não acompanhou a alta nos valores e afastou os consumidores.
Para as montadoras, alguns fatores ajudaram a encarecer os modelos de entrada, como a alta do dólar, a escassez de tecnologia e a mudança na legislação de emissão de poluentes. Hoje os modelos já saem das fábricas com mais itens do que antigamente, o que também agrega valor aos automóveis.
Além do Fiat Uno, a Volksvagem aposentou o Gol. O Ford Ka também deixou de ser produzido no Brasil. Sem esses modelos populares, a tendência é o brasileiro buscar por outro tipo de automóvel.
“O mercado do SUV está em plena expansão e é cada vez mais um desejo dos nossos consumidores”, analisa Daniel Breen, especialista em mercado automotivo.
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